domingo, 30 de setembro de 2012


O NAVIO FANTASMA 




   Uma tênue neblina pairava sobre as águas azuis de False Bay, uma estância marítima na extremidade meridional da África do Sul, o mês era março do ano de 1939. Sobre as areias da praia de Gleincairn ao cair da tarde muitas pessoas passeavam á beira do mar. 
  Porem, subitamente daquela neblina surgiu de forma ameaçadora um imenso galeão, como aqueles que haviam navegado séculos atrás ao largo do cabo. As pessoas que o viram chamaram a atenção dos demais, logo uma aglomeração se formou a beira mar.

   De acordo com a notícia publicada no jornal do dia seguinte, o navio estava com todas as velas enfunadas embora não soprasse uma única brisa.  A nau navegava em linha reta, enquanto os banhistas de Gleincarn com um misto de susto e excitação discutiam entre si o fenômeno sobrenatural.  
   O navio que navegava a todo o pano rumo a destruição certa, direto aos bancos de areia, se aproximava rapidamente.  Entretanto, quando o navio se agigantava  em direção a praia, quando a excitação da multidão atingia seu auge!
    
   
   A misteriosa e imponente embarcação, simplesmente desapareceu no ar, tão subitamente como apareceu.  Nos dias que se seguiram ao aparecimento do navio fantasma, surgiram diversas teorias tentando explica-lo. Uma afirmava que os observadores de Gleincarn, teriam avistado uma miragem, e que o navio misterioso seria simplesmente uma refracção luminosa, refletindo a imagem de um navio real que navegava não muito distante dali.
  
   Porem, segundo afirmações das testemunhas do evento , o casco do navio era largo e achatado, a popa alta até mesmo seus cabos e mastros não apresentavam qualquer semelhança com qualquer outro navio a vela moderno. Era sem duvida alguma um navio mercante do século XVII.  Varias pessoas na multidão concordavam, que o fenômeno que observavam tinha origem sobrenatural.  O galeão tratava-se realmente... de um navio fantasma.
                                                              

   A lenda do navio fantasma já era conhecida por incontáveis gerações de marinheiros de todo o mundo.  Segundo registros antigos em 1680 um navio holandês que navegava rumo as Índias Orientais, comandado por Hendrik van der Decken, zarpara de Amsterdã rumo a Batávia nas Índias Orientais Holandesas.

  Consta também que Van der Decken, homem de espirito ousado e aventureiro , era pouco escrupuloso e gozava de uma reputação nada apreciável.

   Sendo porem um hábil marinheiro; por essa razão os armadores não hesitavam em lhe entregar o comando do navio.  
   Mesmo ele contando com animação nas tabernas das docas, sobre suas muitas pilhagens em auto mar. Por toda essa confiança, sua ultima viagem parecia decorrer sem dificuldades enquanto o navio rumou para o sul. Através dos suaves mares tropicais. 
  Perto do cabo da Boa Esperança porem, uma forte e repentina tempestade tropical  rasgou as velas do navio o destruiu seu leme. Passaram-se dias e semanas, e o navio era violentamente sacudido ao largo do Cabo, incapaz de rumar contra a força das rajadas do sudeste.
   
    Segundo a lenda, a ira de Van der Decken aumentava  á medida que o marinheiro reconhecia que a sua perecia e os seus conhecimentos de navegação, se revelavam inúteis para fazê-lo dobrar o Cabo.  
    Aproveitando-se do estado de espirito de Van der Decken , o diabo lhe sugeriu em sonhos que ele desafiasse a tentativa do Todo Poderoso, de impedi-lo de dobrar o Cabo da Boa Esperança. Dominado pela raiva, o comandante holandês aceitou o desafio. E aos gritos desafiou o próprio Deus, gritando mais alto que a tempestade :

                                                                         

    ´´   Desafio que o poder de Deus altere a rota de meu navio e de meu destino! Vou seguir em frente e nem o demônio dos infernos irei temer. Vou seguir minha rota, nem que tenha de navegar até o dia do juízo final!  ``
  
  E a resposta não se fez tardar, e o anjo do senhor ordenou que Van der Decken errasse eternamente través dos mares. Até que as trombetas do apocalipse estremeçam o céu! O navio acabou por afundar e sua tripulação morreu, mas Van der Decken manteria sua vigília ate o dia do juízo final.   
  Obviamente Van der Decken e seu navio nunca alcançaram a Batávia. 
  Entretanto, desde 1680, são inúmeras as testemunhas que referem encontros com o navio fantasma.  Visão considerada um presságio de morte e desastre.

   Assim aconteceu quando o falecido rei Jorge V, então aspirante da marinha a bordo do Bacchante, viu o navio fantasma em cujo o tombadilho se encontrava uma figura trajando um uniforme antigo; Quando a embarcação do rei Jorge navegava a 50 milhas ao largo do Cabo. No dia seguinte um membro da tripulação morreu  ao cair do alto de uma enxárcia.
  O ultimo avistamento do navio ocorreu no mês de setembro do ano de 1942, quando quatro pessoas encontravam-se sentadas na varanda de sua casa em Mouille Point, na Cidade do Cabo. Eles avistaram o fantasmagórico galeão das Índias navegar rumo a praia... e logo em seguida desaparecer.
     
                                            

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